Crédito foto: William Lucas - @ANOC Olympic
A temporada 2021/2022 foi marcada pela realização dos Jogos Olímpicos de Inverno em Beijing, na China entre os dias 4 e 20 de fevereiro de 2022.
O Brasil Na Neve foi representado por 5 atletas em três modalidade diferentes: Michel Macedo (ski alpino), Eduarda Ribera, Jaqueline Mourão e Manex Silva (ski cross country) e Sabrina Cass (ski freestyle).
Confira tudo o que aconteceu com os atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos de Inverno!
Confira os principais destaques dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022!
Abertura dos Jogos
A Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 teve sua realização no dia 4 de fevereiro às 9 horas da manhã (horário de Brasília). A delegação brasileira foi liderada pelos porta-bandeiras Edson Bindilatti (bobsled) e Jaqueline Mourão (ski cross country).
16º país a desfilar no Estádio Nacional, o Brasil teve, além de sua dupla de porta-bandeiras, Anders Pettersson, presidente da CBDN e chefe da missão Olímpica em Beijing e Andrea Leibovitch, representando os colaboradores do COB.
Em sua 8ª participação olímpica, Jaqueline descreveu o momento como inesquecível e disse ter se sentido honrada por representar o Brasil na cerimônia.
O histórico resultado de Sabrina Cass
A participação brasileira em Beijing teve início antes mesmo da abertura dos Jogos e já trouxe resultados históricos. No dia 3 de fevereiro, dia anterior à cerimônia de abertura, na primeira classificatória da modalidade Moguls do Ski Freestyle, a estreante Sabrina Cass conquistou o 21° lugar na primeira fase classificatória (Q1) dentre as 30 participantes após uma grande descida em que obteve 62.20 pontos.
Sabrina voltou a competir no dia 6 de fevereiro na segunda fase classificatória (Q2), onde terminou na 16º colocação com 62.12 ponto FIS, terminando assim a competição Olímpica na histórica 26ª colocação geral.
Logo em sua primeira Olimpíada aos 21 anos, Sabrina quebra um recorde que já durava 30 anos. O resultado foi o melhor de um atleta Sul-americano na história, desde que a modalidade foi incorporada ao programa olímpico para os Jogos de 1992, superando o atleta argentino Ignacio Bustamante que, na edição de estreia da categoria, terminou a prova na 30ª colocação.
Michel Macedo em sua segunda participação consecutiva
Em sua segunda participação olímpica, Michel Macedo teve um contratempo em sua chegada ao país-sede dos Jogos. O principal nome brasileiro do Ski Alpino teve um teste positivo para a COVID-19 logo ao chegar na China. Após cumprir o isolamento seguindo todos os protocolos da organização do evento, o atleta foi liberado no dia 15 de fevereiro, após obter um teste negativo.
Por conta desta infelicidade, Michel não pode largar na prova de Giant Slalom, onde ele era, o melhor sul-americano do ranking FIS, e portanto, o melhor em termos de posição de largada.
Mesmo assim, no dia 16 de fevereiro, Michel conseguiu participar da prova de Slalom. Na primeira manga (descida), o brasileiro terminou com um tempo de 59s88, sendo o único sul-americano a terminar o circuito.
No entanto, em sua segunda manga (descida), o atleta brasileiro perdeu uma das portas do percurso e acabou por não terminar a prova.
Apesar de ter tido sua participação encurtada, principalmente por conta do seu teste positivo na chegada em solo chinês, Michel Macedo teve uma grande temporada no circuito da modalidade e representou o Brasil na Neve pela segunda vez consecutiva em Jogos Olímpicos de Inverno.
Ski Cross Country
No Ski Cross Country, modalidade em que o Brasil teve sua maior delegação da história para a disputa dos Jogos. Formada pelos estreantes Manex Silva e Eduarda Ribera, juntamente com a veterana Jaqueline Mourão, a equipe brasileira no Ski Cross Country obteve bons resultados em Beijing.
A participação brasileira no Ski Cross Country teve seu início no dia 6 de fevereiro, com Manex Silva no Skiathlon. O jovem de apenas 19 anos, que participou de mais três provas, quebrando o recorde brasileiro de número de largadas individuais em uma mesma edição de Jogos Olímpicos, estreou com uma 67ª colocação no Skiathlon.
No dia 8 de fevereiro, os atletas brasileiros participaram da prova de Sprint. No feminino, Eduarda Ribera fez sua estreia em Jogos Olímpicos terminando na 88ª colocação com um tempo de 4min14s53 e conquistando 415.81 pontos FIS (quanto menos pontos, melhor). Na mesma prova, Jaqueline Mourão foi a 84ª colocada, conquistando 359.12 pontos FIS com um tempo de 4min05s60.
No masculino, Manex obteve um tempo de 3min08s64, finalizando a prova no 71º lugar e conquistando 171.68 pontos FIS. Essa é a melhor pontuação de um brasileiro no Ski Cross Country nos Jogos Olímpicos de Inverno. Além disso, o jovem brasileiro foi o melhor sul-americano da prova.
A prova de Distance Clássico foi realizada no dia 10 (feminino) e 11 (masculino) de fevereiro. Eduarda Ribera se tornou a terceira atleta brasileira da história a participar desta prova e terminou com 309.51 pontos FIS. Jaqueline Mourão foi a 82ª colocada e conquistou 231.66 pontos FIS, batendo assim, o melhor resultado de Distance em técnica Clássica, que ela própria havia estabelecido em 2006.
Para Manex, a prova de Distance Clássico lhe rendeu um 90º lugar entre os competidores e uma pontuação FIS de 267.38, superando o melhor resultado de Distance Clássico masculino do Brasil, conquistado por Hélio Freitas com 338.58 pontos FIS nos Jogos Olímpicos de Inverno de Turim de 2006.
Pela primeira vez na história o Brasil disputou a prova de Team Sprint nos Jogos Olímpicos de Inverno. No dia 16 de fevereiro, Eduarda e Jaqueline entraram em ação para representar a delegação brasileira. Apesar do bom início de prova, as atletas tomaram uma volta do pelotão principal e, pelas regras da prova, não puderam completá-la.
Finalizando a participação do Brasil no Ski Cross Country e também nos Jogos Olímpicos de Inverno, Manex Silva disputou a prova de Mass Start no dia 19 de fevereiro. Por conta das condições climáticas extremas enfrentadas de frio extremo e muito vento, a prova teve sua distância diminuída de 50 para 30 quilômetros. Manex mostrou toda sua resiliência, força de vontade e foco para terminar o longo percurso e enfrentar condições climáticas tão severas, e terminou o evento na 58ª posição com o tempo de 1h33min11s8, conquistando 423.68 pontos FIS.
Jaqueline Mourão: a atleta mais olímpica da história
Aos 46 anos, Jaqueline Mourão se tornou a atleta mais olímpica da história. Com sua participação em Beijing 2022, Jaqueline chegou à sua 8ª participação olímpica, ultrapassando grandes nomes do esporte brasileiro como o velejador Robert Scheidt e a jogadora de futebol Formiga, ambos com 7 participações em Jogos Olímpicos.
Jaqueline competiu em 5 Jogos de Inverno, 2006, 2010, 2014, 2018 e 2022, e 3 Jogos de Verão, 2004, 2008 e 2020, em 3 esportes diferentes, Ski Cross Country, Biathlon e Mountain Bike, um feito incrível e inédito.
Encerramento
Na cerimônia de encerramento do Jogos, realizada no dia 20 de fevereiro no Estádio Nacional, popularmente conhecido como Ninho do Pássaro, o Brasil na Neve teve um de seus representantes como porta-bandeira da delegação brasileira. Manex Silva, atleta estreante e já recordista do Ski Cross Country foi o escolhido para essa missão de representar o Brasil na cerimônia final.