Criado em janeiro de 2019, o núcleo Caraguatatuba de Para Ski Cross Country foi mais um importante passo para o desenvolvimento da modalidade no país. Com um trimestre de funcionamento, o núcleo conta com apoio da Secretaria de Esporte da cidade e atende a seis paratletas em processo de iniciação à prática do Rollerski (o ski com rodinhas). A cidade é a única do litoral norte que oferece a prática do Rollerski e se junta aos outros centros de treinamento já desenvolvidos pela CBDN – Confederação Brasileira de Desportos na Neve: Jundiaí, São Carlos, Santos e São Paulo.
“O núcleo surgiu depois do meu interesse na procura de cursos oferecidos pela CBDN. No final do ano passado, Leandro [Ribela] entrou em contato comigo osbre a possibilidade e interesse de desenvolver a modalidade aqui. Na hora aceitei e, no início deste ano, o projeto saiu do papel”, conta Rodrigo Brandt, treinador responsável do projeto.
A expansão da prática do Para Rollerski está alinhada com o planejamento estratégico da Confederação e com os objetivos de oferecer mais possibilidades de práticas esportivas em diferentes regiões e, ao mesmo tempo, fomentar a modalidade. Além disso, os núcleos também ocupam papel importante na busca de possíveis talentos para compor o cenário de atletas brasileiros.
Por exemplo, Cristian Ribera, um dos principais nomes do Para Ski Cross Country nacional e dono de duas medalhas na Copa do Mundo de Vuokatti (um bronze e uma prata), foi descoberto no núcleo de Jundiaí. “A expectativa é que tenhamos bastante adesão por parte da população, já que temos grande apoio da prefeitura de Caraguatatuba e de profissionais capacitados para o desenvolvimento desse esporte”, conta Gustavo Haidar, Supervisor Técnico do Esporte Paralímpico da CBDN.
Como participar?
Existe um cadastro na Secretaria de Esporte de Caraguatatuba, no qual as pessoas com deficiência ou seus responsáveis legais podem realizar a inscrição. A partir isso, a pessoa passa por um procedimento de entrega de documentos, laudos e um questionário relacionado à sua patologia. Depois, a pessoa é encaminhada para a turma iniciante de Rollerski e, conforme a sua dedicação e evolução nos trenios, passa a fazer parte da equipe de competição.
A paratleta Josiane Nowacki conta como foi aprender o novo esporte: “já praticava a corrida em cadeira e o rollerski tem me ajudado muito a aumentar e melhorar a minha resistência, já que a exigência física da modalidade é maior”. Além disso, ela explica que as modalidades possuem muitos pontos em comum, “um esporte acaba aulixiando o outro e, dessa forma, a adaptação está sendo bem positiva”.
De acordo com Rodrigo, espera-se um aumento no número de beneficiados pelo projeto, uma vez que o núcleo passará a oferecer o ski na posição em pé (standing). Outro ponto de atração de novos atletas é a possibilidade de participação no Circuito Brasileiro de Rollerski. A primeira etapa, que ocorreu em março em São Carlos, já contou com participantes de Caraguatatuba.
“Tive minha primeira participação agora na primeira fase do Circuito e pude perceber de perto o nível dos outros competidores e também o nível de dificuldade das provas. Voltei ainda mais motivada a melhorar meu desempenho e ter melhores resultados na próxima fase. E , quem sabe, poder participar em algum momento de uma competição na neve”, conclui Josiane.