Mais uma vez, foi um dia histórico para o esporte brasileiro. Nesta quinta (13), segundo dia de provas da Copa do Mundo de Para Ski Cross Country, que ocorre em Vuokatti – Finlândia de 12 a 16 de dezembro –, o atleta Cristian Ribera conquistou a medalha de prata na prova de short distance. Dessa forma, ele supera a melhor colocação brasileira em uma provas paralímpicas na neve, que também havia sido alcançada por ele, junto à Aline Rocha, com os bronzes na prova de middle distance também em Vuokatti.

Cristian alcançou 8.46 pontos IPC, novo recorde brasileiro e seu personal best. O atleta brasileiro chegou 19 segundos na frente do terceiro colocado, o sul coreano Eui Hyun Shin. A primeira colocação foi do americano Daniel Cnossen. Para que se entenda melhor o tamanho da conquista de Cristian, vale ressaltar que, em Peyongchang 2018, o sul coreano Shin foi bronze no long distance e ouro no middle distance. Enquanto Cnossen tem três medalhas paralímpicas na conta deste ano, sendo 2 pratas (long e middle distance) e bronze no sprint. 

“Acho que essa medalha de prata, maravilhosa, se deve principalmente por acreditar até o final que seria possível, mesmo sabendo das dificuldades. Por isso, digo e repito: `nunca desista dos seus sonhos!`, disse Cristian.

Cristian Ribera durante a prova de hoje, de short distance. | Crédito: VuokattiSport

A trajetória do atleta surpreende: ele tem 16 anos e pouco mais de três anos de experiência com modalidades de inverno. Nesta conta, Cristian já acumula, em sua trajetória, uma participação em Jogos Paralímpicos de Inverno (com a sexta colocação em PyeongChang), um bronze em Copa do Mundo e, agora, a conquista da medalha de prata em Vuokatti.

Brasil na Copa do Mundo de Vuokatti

Os resultados da delegação brasileira na Copa do Mundo de Para Ski Cross Country são expressivos. Em apenas dois dias provas, a equipe já garantiu três medalhas (duas de bronze e uma de prata) e todos os cinco representantes atingiram pontuação dentro do índice paralímpico. Ou seja, se os Jogos fossem ano que vem e os atletas mantivessem este desempenho, o Brasil teria garantido 5 vagas paralímpicas.

Na prova de hoje, Aline Rocha mais uma vez alcançou seu personal best, quebrando o recorde brasileiro, e ficou muito próxima do pódio, na quarta colocação. Os estreantes na neve Robelson Moreira e Guilherme Rocha apresentaram evolução em relação à prova do dia anterior, ambos garantindo índices paralímpicos e mostrando o potencial de nossa equipe. Thomaz de Moraes, o representante brasileiro na categoria standing, fez mais uma prova consistente e chegou entre os 15 primeiros colocados, ficando a apenas 0.01 pontos IPC do recorde nacional.

Treinamento: a chave do sucesso

De acordo com Leandro Ribela, treinador chefe do Para Ski Cross Country, os bons resultados têm um motivo claro: o programa de preparação da modalidade estruturado pela CBDN – Confederação Brasileira de Desportos na Neve.

“Não estamos mais falando de resultados isolados, nem de um único atleta. A equipe toda está evoluindo e é realmente impressionante obtermos tais resultados, levando em consideração a estrutura modesta (apesar de eficiente) que temos em relação as equipes que estão dividindo o pódio conosco. Estou muito feliz com o que alcançamos até o momento e só tenho a agradecer a todos que trabalham para que isso seja possível. Não vamos parar por aqui!”, comemora o treinador.