Crédito foto em destaque: Alexandre Castello Branco/COB
Eduarda faz sua estreia em provas de Distance Olímpicas e Jaqueline bate o recorde brasileiro em técnica clássica nos Jogos em um difícil percurso em Beijing 2022
Nesta quinta-feira, dia 10 de fevereiro, foi realizada a prova de Distance Clássico do Ski Cross Country nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022.
A prova de Distance Clássico teve uma alteração em seu critério de classificação na edição dos Jogos em Beijing (China), ficando mais difícil.
Em 2018, 44 nações tiveram atletas largando na prova. Já em 2022 apenas 37 nações conseguiram classificar pelo menos 1 atleta na prova. Além disso, em 2018, a última atleta a largar chegou na Coréia com 507.41 pontos FIS, e, em 2022, a última atleta a largar tem apenas 224.46 pontos FIS (quanto menos pontos, melhor é o resultado conquistado por um atleta, logo os resultados das atletas classificadas em 2022 foram melhores resultados do que das atletas classificadas em 2018).
O Brasil foi representado por duas atletas na prova pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos de Inverno: Eduarda Ribera, de 17 anos, e Jaqueline Mourão, de 46 anos. Assim, o Brasil ter conseguido classificar 2 atletas para a prova em um sistema de classificação mais difícil mostra a importante evolução do país na modalidade, e o nível técnico das duas atletas brasileiras.
Eduarda, que se tornou a representante mais jovem do Brasil na prova de Distance em Jogos Olímpicos de Inverno, detém atualmente o recorde brasileiro junior da prova, com 136.03 pontos FIS. Já Jaqueline é detentora dos recordes brasileiros da prova em competições internacionais, com 74.06 pontos FIS, e nos Jogos Olímpicos de Inverno, no Distance Livre, com 172.88 pontos FIS conquistados na edição de Vancouver em 2010.
Eduarda Ribera e Jaqueline Mourão conquistam grandes resultados
Eduarda Ribera e Jaqueline Mourão disputaram a prova de Distance Clássico, competindo com quase 100 atletas.
Em sua estreia na prova de Distance Clássico em Jogos Olímpicos de Inverno, Eduarda Ribera completou a prova com o tempo de 38min58s7, finalizando na 90ª colocação e conquistando 309.51 pontos FIS.
Com isso, Eduarda se torna a terceira atleta brasileira a disputar a prova em Jogos na história, se juntando às atletas Jaqueline Mourão e Franziska Beckskehazy.
“Eu achei que não ia conseguir terminar, mas eu dei 100% de mim e isso foi por todos vocês que estão comigo e me ajudando. Eu dei meu melhor, fiquei muito feliz por ter terminado a prova e me sinto muito feliz, mesmo! Muito obrigada!”, celebrou Eduarda após a prova.
Com o tempo de 36min14s6, Jaqueline finalizou na 82ª colocação e conquistou 231.66 pontos FIS com seu resultado, superando sua marca conquistada nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, realizados em Torino (Itália). Na ocasião, a atleta conquistou 233.72 pontos FIS na prova de Distance Clássico em uma pista menos desafiante que a do percurso em Beijing.
“Hoje a prova da Jaqueline foi muito boa, as condições do dia ajudaram muito. Os esquis estavam deslizando bem, e é isso que você tá procurando no Clássico, um bom kick com um bom deslize. Foi um bom circuito para ela, que foi difícil, mas ela conseguiu buscar algumas atletas que estavam na frente dela e foi bom de ver. Foi tudo melhor do que a gente pensou”, comentou Guido Visser, treinador da Jaqueline Mourão.
“Foi uma pista muito dura, com subidas intermináveis, mas eu consegui ir crescendo na prova, e foi impressionante ver tantas atletas ficando exaustas na segunda volta. Estou feliz com o resultado, com a minha evolução no Clássico, de voltar às Olimpíadas e fazer um bom resultado para o Brasil. Ainda temos mais uma prova, mas muito mais feliz com a prova de Clássico do que com a Skate. Feliz com a entrega, dei tudo que eu tinha e agora é concentrar para o Team Sprint”, declarou Jaqueline.
“O que foi muito legal dessa prova foi a torcida brasileira na pista! Tivemos médico, CEO, equipe do COB, treinador, preparador dos skis, todo mundo na pista gritando, me ajudando a dar tudo que eu posso. Foi uma experiência incrível ter a torcida brasileira na pista, que nós nunca temos em outras provas, mas aqui na Olimpíada temos”, complementou Jaqueline, a atleta mais Olímpica do Brasil.
Eduarda e Jaqueline voltam às pistas, no dia 16 de fevereiro, para disputar a prova de Team Sprint.
Como é a prova de Distance Clássico?
Uma das disciplinas do Ski Cross Country, o Distance Clássico é uma prova de longa distância, na qual os atletas percorrem circuitos extensos com subidas e descidas.
No caso do percurso de Beijing, as atletas percorreram duas voltas de 5km, totalizando 10km. O ponto mais alto da pista está a quase 1700 metros de altitude, e a maior subida tem 44 metros de desnível (como se os atletas subissem um prédio de 15 andares de uma vez).
O pódio do Distance Clássico feminino nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 foi formado pela norueguesa Ragnhild Haga, medalhista de ouro, a sueca Charlotte Kalla, medalhista de prata, a finlandesa Krista Parmakoski e a norueguesa Marti Bjoergen, que empataram na prova e foram medalhistas de bronze.