História

O histórico dos esportes de neve no Brasil têm como ponto de partida a década de 60, com a criação do Clube Alpino Paulista (CAP).

A história da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) tem início ainda na década de 1960, quando alguns jovens paulistas começaram a se destacar em provas de ski na América do Sul e Europa. Foi nesse contexto que o Clube Alpino Paulista (CAP) solicitou permissão ao Conselho Nacional de Desportos (CND) para representar o Brasil no Campeonato Mundial de Ski Alpino de 1966, realizado em Portillo, no Chile. A delegação brasileira foi chefiada por Domingos Giobbi, figura pioneira que desempenhou papel fundamental na institucionalização do esporte no país.

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Em 1967, com os esforços de Giobbi, o CAP foi aceito pelo Conselho da Federação Internacional de Ski (FIS) como “Temporary Member”, passando a representar oficialmente o Brasil. Esse status foi ratificado durante o XXVI Congresso Internacional de Ski, realizado em Beirute, no Líbano. Nos anos seguintes, o CAP organizou missões brasileiras para diversos Campeonatos Mundiais, como Val Gardena (1970), St. Moritz (1974), Valtelina-Bormio (1985), Crans-Montana (1987) e Vail (1989), além de Campeonatos Latino-Americanos em Bariloche (1967 e 1971) e Portillo (1969).

A evolução institucional ganhou novo marco em 1989, com a fundação da Associação Brasileira de Ski (ABS), criada a partir da união do CAP, do Clube de Ski de São Paulo (CSSP) e do Clube Paranaense de Ski (CPS). Seus estatutos foram aprovados pelo CND, e a ABS foi filiada ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e à FIS em janeiro de 1990, passando a ser a entidade máxima do esporte no Brasil. Nesse mesmo ano, o país participou dos I Jogos Pan-Americanos de Inverno, em Las Leñas, Argentina.

Durante a década de 1990, a ABS organizou participações brasileiras em diversas competições internacionais, como os Jogos Olímpicos de Albertville (1992), Lillehammer (1994), e Nagano (1998), além dos Campeonatos Mundiais de Saalbach (1991), Morioka (1993), Sierra Nevada (1996), Sestriere (1997) e Vail (1999). Em 1994, durante o 39º Congresso da FIS realizado no Rio de Janeiro, o Snowboard foi oficialmente reconhecido como modalidade pela FIS, com apoio do Comitê Olímpico Internacional (COI), e a ABS passou a administrá-lo no Brasil.

A crescente importância do Snowboard levou à mudança de nome da entidade em 1999, que passou a se chamar Associação Brasileira de Ski e Snowboard (ABSS). Sob essa nova identidade, o Brasil marcou presença em campeonatos mundiais de Snowboard como Madonna di Campiglio (2001) e Kreischberg (2003), além dos Jogos Olímpicos de Inverno de Salt Lake City (2002).

Em dezembro de 2003, atendendo a uma diretriz do COB, a entidade adotou seu nome atual: Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN), assumindo a gestão de todas as modalidades de neve no país. No início de 2004, a CBDN foi oficialmente reconhecida pela International Biathlon Union (IBU), tornando-se responsável também pelo desenvolvimento do Biathlon de Inverno no Brasil. A estreia em competições da modalidade aconteceu no Campeonato Sul-Americano de Biathlon de Verão, em Bariloche, em novembro de 2004. Em 2005, iniciaram-se provas seletivas em parceria com o Exército Brasileiro para identificação de novos talentos.

A gestão de Stefano Arnhold representou um período de forte inovação, com a introdução e desenvolvimento de novas modalidades como o Ski Cross Country, Ski Freestyle, Freeski, Ski de Montanhismo e os esportes paralímpicos de neve. A CBDN se filiou à International Ski Mountaineering Federation (ISMF) em 2017, consolidando sua atuação também no Ski de Montanhismo.

As modalidades paralímpicas começaram a ser desenvolvidas a partir de 2012, por meio de uma parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), com o objetivo de classificar atletas para os Jogos Paralímpicos de Sochi 2014. Desde então, o Brasil tem mantido presença regular nas competições internacionais de Para Snowboard e Para Cross Country.

No campo da competição nacional, os primeiros Campeonatos Brasileiros de Ski foram realizados em 1986 e 1987, em Termas de Chillán (Chile), e desde 1988 são realizados em Las Leñas (Argentina), na Semana da Pátria. Em 1989, o Campeonato Brasileiro passou a integrar o calendário oficial da FIS, ganhando status de prova internacional. As provas disputadas incluem Slalom Gigante (GS), Super Gigante (SG) e Slalom Especial (SL).

Em 1992, Brasil, Argentina e Chile criaram a Copa Continental Sul-Americana de Ski Alpino (Sudam Cup), que passou a reunir provas organizadas pelos três países. O Brasil atualmente organiza duas provas anuais da competição continental.

O Campeonato Brasileiro de Snowboard teve sua primeira edição em 1995, em Valle Nevado (Chile), e desde então é realizado anualmente, integrando também a Copa Continental Sul-Americana. O país participou de todos os Campeonatos Mundiais de Snowboard desde sua criação, competindo em países como Áustria, Itália, Alemanha, Suíça e Canadá.

O Ski Cross Country iniciou sua trajetória competitiva em 2001, tendo sua estreia olímpica com dois atletas nos Jogos de Salt Lake City, em 2002. O primeiro Campeonato Brasileiro da modalidade foi realizado em 2003, em Ushuaia, seguido por nova edição em Bariloche, ambos vencidos por Hélio de Freitas. A estreia em Campeonatos Mundiais ocorreu em 2005, em Oberstdorf (Alemanha).

Atualmente, a CBDN desenvolve oito modalidades: Ski Alpino, Snowboard, Ski Cross Country, Biathlon, Ski Freestyle (e Freeski), Ski de Montanhismo, Para Snowboard e Para Cross Country. O Brasil tem conquistado crescente destaque em nível continental e internacional, consolidando o trabalho de décadas de desenvolvimento e dedicação aos esportes de neve.

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