Atleta mais novo dos Jogos Paralímpicos de Inverno, Cristian Ribera fez história na noite do último sábado (10). Na sua estreia paralímpica, em prova de 15km do Para Cross Country, o talento de apenas 15 anos finalizou a disputa como sexto melhor, com marca de 46min35s02. O resultado agora supera o nono lugar de Isabel Clark nos Jogos Olímpicos de Turim 2006 como principal resultado da história dos esportes de neve do Brasil tanto em Jogos Olímpicos quanto Paralímpicos

Não bastasse o grande feito obtido na neve de PyeongChang, Ribera também se consagrou como o melhor sul-americano na história da competição paralímpica. “É inexplicável a sensação. A prova foi muito boa, me senti bem, escolhemos a estratégia certa, mantendo o ritmo constante e atacando nos momentos corretos. Apesar de não ter sido top 5, fiquei entre os 10 primeiros, que era a minha meta principal. Agora vou ligar para minha mãe e agradecer cada centavo que ela gastou comigo”, disse sorridente após a prova. 

O brasileiro foi o 16º atleta a largar – na disputa de longa distância, as largadas ocorrem a cada 30s. Durante todas as cinco voltas de 3km que teve que percorrer, Cristian conseguiu manter um ritmo constante, figurando sempre entre os primeiros cinco colocados. Após os 10km, no entanto, acabou sofrendo uma queda em umas das curvas na descida que o fez perder duas posições. 

“Estava muito rápido e não consegui cravar o bastão. Acabei escorregando e ficando de lado, meio deitado. Mas me levantei rápido e recuperei para chegar em 6º”, contou. A performance de Cristian, esquiador de um país tropical, até fez o locutor do Alpensia Biathlon Centre chamá-lo de “a sensação brasileira.”

O ouro nos 15km masculino do Para Country ficou com o ucraniano Maksym Yarovyi, com 41min37s0. Completaram o pódio o norte-americano Daniel Cnossen (42min20s7) e o sul-coreano Eui Hyun Sin (42min28s9). No total, 29 atletas participaram da disputa, que reuniu competidores com deficiência nos membros inferiores e que usam o sit-ski. 

O rondoniense de Cerejeiras, que ainda disputa outras três provas na Coreia, é fruto de uma parceira da Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) com a Fundação Agitos, braço educacional do Comitê Paralímpico Internacional, com o objetivo de difundir e fomentar a prática do esporte no país. Há três anos, em 2015, em uma das etapas do projeto, o atleta, na época com apenas 12, testou o sit ski. Em dezembro do ano passado, competiu oficialmente pela primeira vez e, em fevereiro, na etapa da Copa do Mundo de Vuokatti, na Finlândia, garantiu a vaga masculina que pertencia ao Brasil nos Jogos. Cristian nasceu com artrogripose – doença congênita das articulações das extremidades.

Aline Rocha no Top 15

Quem também fez sua estreia na competição paralímpica foi Aline Rocha. Na prova de 12km, a brasileira consumou sua estreia e o feito de ser a primeira mulher na história do Brasil nos Jogos Paralímpicos. Com 46min22s3, Rocha foi a 15ª atleta entre 19.