No último mês, a FIS (Federação Internacional de Ski) concluiu o seu projeto de harmonização de regras para Snowboard, Freestyle e Freeski. O trabalho foi liderado por Stefano Arnhold – brasileiro, presidente do Conselho da CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve) e atleta Master de Ski Alpino.
Foram dois anos e meio de intensa dedicação, com 70 pessoas e quase 30 nacionalidades diferentes envolvidas, para concluir o projeto de harmonização. Em suma, reduziu-se o número total de regras (e acabou com as repetições das mesmas) e também criou-se uma estrutura inovadora para facilitar as consultas.
De acordo com Arnhold, “não bastasse a magnitude dos desafios técnicos, tivemos que vencer forte resistência de quase todos stakeholders quanto ao prazo de implementação que estabelecemos, assim como o ceticismo quanto ao sucesso da agenda proposta”.
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O projeto foi coroado com sucesso e entregue dentro do prazo proposto, além de trazer uma luz e simplificação ao livro de regras das três modalidades. Sobre a participação ativa e liderança de um brasileiro no trabalho, Arnhold reflete que “o Brasil já se destaca internacionalmente nos esportes de neve, seja pelo talento de seus atletas ou pela ótima gestão.”.
Ele completa: “é muito bom ver o reconhecimento da FIS e tenho certeza que ainda veremos muitos outros brasileiros se destacando no cenário mundial”.
Uma trajetória de dedicação aos esportes de neve
Além de exímio atleta master de Ski Alpino, Stefano Arnhold acumula anos de dedicação à gestão dos esportes de neve não apenas no Brasil, como no cenário internacional. Em 2002, ele passou a integrar o Comitê de Regras de Snowboard da FIS.
“Meu objetivo era contribuir com um ponto de vista que faltava, a perspectiva das nações menos desenvolvidas no esporte em geral e do continente sulamericano em particular”, afirma. Naquela época, a representatividade dentro do Comitê era quase que inteiramente de países desenvolvidos na modalidade.
Dez anos depois, em 2012, Arnhold foi nomeado presidente do mesmo Comitê e assumiu a Vice Presidência da Corte de Apelação. Em 2017, com a junção dos comitês de Snowboard, Freestyle e Freeski, tornou-se presidente do Comitê de Regras das três modalidades e passou a lidedar o projeto de harmonização.
“Pessoalmente, calculei que dediquei 3mil horas no projeto”, conta. Para além dos anos de dedicação e dos benefícios incalculáveis para os esportes de neve como um todo, o que fica é o sentimento de missão cumprida.