As atletas Vitória Machado (15 anos) e Lindiara Souza (35 anos) chegaram na Argentina no último dia 15 de setembro para o Training Camp de Para Snowboard. Oferecido pela CBDN – Confederação Brasileira de Desportos na Neve, o treinamento ocorreu até o dia 26 de setembro e teve como objetivo o aprofundamento técnico das atletas, visando o desenvolvimento até os Jogos Paralímpicos de Pequim (2022). 

Durante os doze dias em Ushuaia, as atletas do Para Snowboard tiveram atividades que trabalharam a versatilidade e adaptação na montanha, além dos treinos específicos para a classe LL – Lower Limb, que caracteriza as deficiências de membro inferior. Vitória e Lindiara visam competir nas modalidades Banked Slalom e Snowboardcross.

Evolução na montanha

Quem acompanhou Vitória e Lindiara na equipe técnica foi Lucas Rezende. O treinador foi atleta de Snowboardcross por 10 anos e é instrutor certificado com passagem pela equipe brasileira de Snowboard. 

“Minha expectativa de curto prazo é boa, elas devem conseguir fazer o que precisam pra terminar esse Camp mais fortes, muito mais habilidosas e adaptadas a montanha”, conta o treinador.

O principal objetivo da preparação é capacitar as atletas para começarem a participar do circuito de competições do IPC – Comitê Paralímpico Internacional – na temporada 2020/2021.

“[O objetivo é] pegar atletas iniciantes com alto potencial e começar a fazer transição para o outdoor, a nível intermediário. Aqui vamos ver se o atleta se dá bem em condições reais de treino e se tem boa adaptação à nova realidade, além de ver se o potencial começa a se traduzir em habilidade”, explicou.

Vitória e Lindiara são provenientes do núcleo de Para Snowboard no Snowland em  Gramado/RS. O projeto fornece treinos semanais, com instrutores do parque em parceria com a CBDN, para atletas com deficiência física que possuem interesse na modalidade.

Sobre o Para Snowboard 

Modalidade nascida em 2005, o Para Snowboard é hoje regido pelo IPC. Com duas disciplinas já consolidadas nas competições (Snowboardcross, Banked Slalom), o esporte estreou no programa paralímpico nos Jogos de Inverno de Sochi, em 2014. 

São três categorias disputadas: UL (Upper limb), que caracteriza as deficiências de membro superior, LL1 (lower limb 1) e LL2 (lower limb 2) – para as de membro inferior, nas disciplinas de Banked Slalom, Dual Banked Slalom e Snowboard Cross.

Hoje, o principal nome do Brasil na modalidade é o paratleta André Cintra, competidor de Snowboardcross e Banked Slalom. André participou dos Jogos Paralímpicos de Inverno de Sochi, em 2014 e de Pyeongchang, em 2018, além de Copa do Mundo, e de alcançar o top-10 do ranking em 2018.